05/03/2010

Fado Meu

A saudade que mora em mim
veste-se de xaile negro
tem a voz embargada
julga ser pequeno nada,
à beira da falésia
canta toadas de amor
embrulhadas na dor
da ausência tua,
esta saudade é capital
selvagem e animal
de cor de vinho vestida
no meu peito latejando,
arrastada na voz silente
à meia-luz de noite estrelada
verseja nas cordas da guitarra
cada espaço de mim exilado...

In "Nas águas do verso", organizado por João Filipe Ferreira e Pedro Lopes, Edições Ecopy, p. 57

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