01/10/2011

campo magnético

dá-me a tua mão. está quente! o que sentes na minha? o percurso dos dias que estão por nascer ou o gelo daqueles em que te deixaste morrer? segura-me com força, abraça-me, encosta a tua cabeça à minha. não digas nada. fica assim. assim, como estás agora. sossegado, meigo, penetrante. a tua presença é tão doce, é tão boa. gostava de ficar assim eternamente, imune à passagem dos tempos. o teu calor... está na hora. vamos escrever o resto das horas que nos faltam. alinha-me com o universo e dispara-me sobre a face da lua. eu sou a brisa que te beija o rosto e a luz que germina no teu seio. eu estou em ti e sempre estive. sou aquele pulsar que não sabes explicar, a memória que não consegues apagar. as minhas raízes nutrem os meus bens mais preciosos, e as nozes, o mel, os beijos que nascem em mim afagam cada um dos meus dias. doce veneno.

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