09/10/2010

o apanhador

caiu a lua circular
na palma da tua mão
e todos os astros estelares
nos nós dos teus dedos
e quando o negro
perdeu a cor
dos contrastes
que nos bebem os olhos
só tu brilhaste
na minha pele
e foste capaz
de chamar o meu nome
rugindo as entranhas da terra e
uivando os cristais de sal
com que me pintaste
nos teus sonhos arbóreos,
só tu te saciaste em mim
na refrega da fome
sem nome,
só tu exististe
porque nasceste
para podar os meus braços,
só tu foste,
só tu...
que andas por aí,
apanhador de astros,
planetas e cometas,
que da poeira cósmica
hás-de fazer o berço
do resto das horas.
ainda tenho aquela estrela
que me deixaste
quando estava desprevenida.

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