11/11/2010

sem rumo

solta as amarras
e segue à deriva,
o teu porto seguro
esfumou-se no ar,
preenche o destino
da tua natureza,
pede a cada onda
que te deixe passar,
ondula sensual
sobre o fundo do mar,
lambe as feridas
carregadas de sal,
apunhala a dor
que te mina o norte
e continua a navegar,
começando a desbravar
latitudes novas,
jardins de coral
dos teus olhos escondidos,
o outro lado teu
que apagaste insensato,
a face da lua
que fingias não ver,
a chuva de estrelas
que Deus encomendou,
solta as amarras
e segue à deriva,
um dia verás
que isso é amar...

Sem comentários: